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Gustavo Almeida

OPINIÃO | Ao se aliar ao PT, Gracinha não pode mais chamar Francisco Emanuel de traidor

Nesta sexta-feira (23), governador Rafael Fonteles confirmou "parceria" com Gracinha e projetou alinhamento também no campo político.

Gracinha com Rafael Fonteles no Karnak

A deputada estadual Gracinha Mão Santa (Progressistas) já não faz muita questão de esconder sua proximidade com o governo de Rafael Fonteles (PT). Na quinta-feira (22), foi novamente ao Palácio de Karnak e saiu de lá com adesão dada como certa pelo deputado João Mádison (MDB) e pelo pré-candidato a deputado federal Zé Santana (PT). Este último, inclusive, publicou que Gracinha vai marchar “no time” dele em 2026.

Nesta sexta-feira (23), o próprio governador Rafael confirmou que existe uma “aproximação muito grande” com Gracinha e destacou que o alinhamento administrativo (eles já admitem assim) também deve se confirmar no campo político. A própria Gracinha, por sua vez, não nega. Provocada por este jornalista se já se pode considerá-la aliada do governo do PT no Piauí, ela deu o calado como resposta. Aquele velho ditado popular diz que, quem cala, consente.

Uma vez aliada do governo petista, Gracinha Mão Santa não terá mais moral para levar adiante a sua metralhadora verborrágica contra o prefeito de Parnaíba Francisco Emanuel (Progressistas), seu ex-pupilo e hoje adversário. Desde que rompeu com o prefeito, a deputada não poupa críticas a ele com palavras duras, chamando-o de “traidor”, de “Judas” e dizendo que Emanuel traiu o grupo e seus princípios depois de ter sido eleito, inegavelmente, pela força política do ex-prefeito Mão Santa e seu grupo.

Mão Santa, o pai de Gracinha, talvez seja um dos maiores ícones da oposição ao lulopetismo, tanto em nível nacional, quando era senador da República, quanto no estado do Piauí. É dele, inclusive, frases marcantes contra o PT e os petistas. Se Gracinha se abraçar mesmo com o governo do PT, não estará ela traindo o discurso propagado há anos por Mão Santa? Não estará ela contrariando princípios que o pai sempre pregou? E as críticas que ela mesma fazia ao governo de Rafael? Serão deixadas de lado?

Será que parte do eleitorado que votou em Francisco Emanuel para prefeito por causa de Gracinha e seu pai não é o mesmo que votou em Gracinha para deputada justamente porque ela tinha postura antagônica ao PT? São perguntas que vale a pena refletir.

A deputada, assim como qualquer político, tem a liberdade para se aliar a quem quiser. Adesões, rachas e mudanças de lado fazem parte da política. Gracinha não é a primeira nem será a última a mudar tão radicalmente de lado. Contudo, ela não poderá mais apontar o dedo para o seu ex-pupilo, quando, na prática, faz o que acusa ele de ter feito.

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